Santiago- Chile
Sendo apreciador ou não, o tour pela vinícola Concha y Toro é quase que passagem obrigatória em uma viagem por Santiago! Sempre achei um máximo beber vinho e mesmo que nunca tenha amado o gosto sempre quis entender mais não só sobre o processo mas também os milhares tipos de vinho.
Quando fiz 18 anos pedi para os meus pais uma viagem aqui pertinho mesmo para que a gente conhecesse mais sobre essa "arte". O Chile é referência nesse assunto e a marca Concha y Toro, mundialmente conhecida.
Por isso, vim aqui para falar: não se preocupe! Se você, assim como eu, também não entende bulhufas sobre o assunto, saiba que o tour tradicional na vinícola Concha y Toro é mais do que recomendado. Isso porque é uma atração que visa atender todo o tipo de pessoa — apreciadores ou não —, percorre sobre os principais informações e curiosidades da marca e produção de uma forma simples. Ou seja, não é nada massivo.
Com mais de 130 anos de história, a Vinícola Conha y Toro, além de ter grande representação no comércio do Chile, exporta seus vinhos para mais de 100 países. Não é à toa que é a principal exportadora da América Latina e uma das 10 maiores do mundo (quarta colocação) e a marca de vinho mais poderosa a nível internacional.
Fundada em 1883 por Don Melchor Concha y Toro, está localizada na zona rural de Pirque, Valle del Maipo, aproximadamente a 1h de Santiago.
Apesar do seu vinho mais conhecido, a nível popular, seja o Casillero del Diablo, a companhia possui alguns outros grandes nomes como: Carmín de Peumo e Don Melchor.
O tour tradicional — que foi o que fizemos — te leva aos principais pontos do terreno, podendo avistar a incrível mansão e os parques com sua imensidão.

Com um pouco mais de 1h chegamos e pegamos o tour das 11h30, que seria guiado em inglês já que não tinhamos feito reserva prévia.
A primeira parada é na frente da mansão que serviu como casa de veraneio para o fundador, Melchor. Atualmente, o tour pela casa só está disponível para os associados e imprensa, ou alguma presença VIP — que não era o nosso caso.
Depois somos levados ao Jardim de Variedades. Essa foi uma área construída pensando na realização do tour. Isso porque foram plantadas as 26 espécies de uva presentes no terreno nessa pequena área. Dessa forma, torna-se possível, para os que visitam, conhecer mais de perto cada tipo e, dependendo da época, provar as uvas.
Enquanto isso, o guia fala um pouco mais sobre quais são os fatores chave para um bom desenvolvimento da safra. Inclusive, a região é muito propícia porque não chove com frequência e, por isso, as plantações recebem pouco volume de água.
Atrelado a isso, a vinícola tem um sistema de irrigação por gotejamento. Isso quer dizer que essas poucas gotas que entram em contato com a plantação são suficientes para apenas “estressar” as plantas. Com isso, aumenta a concentração de açúcar na uva.
Observação: se você quer encontrar as parreiras com suas folhas e frutos é preciso visitar a região até meados de abril. Depois disso a paisagem vai dando boas vindas para o romântico outono. Se for no inverno, tudo estará bem seco.
Agora que já conhecemos um pouco mais das uvas e de como é feita a produção, bora para degustação, né, minha gente? O primeiro vinho selecionado foi o Terrunyo — mas isso pode variar conforme a época.
O guia aproveita para falar um pouco mais das características desse vinho e qual é a melhor forma de harmonização.

O momento mais esperado é adentrar à antiga bodega que deu origem ao nome do famoso vinho Casillero del Diablo. O guia nos apresenta alguns dados técnicos e históricos e nos deixa “trancados” para que descubramos o porquê do nome.
Inicialmente, esse era o lugar de produção e armazenamento do Casillero del Diablo, mas hoje abriga a sofisticada produção de Don Melchor.
Às escuras, é dado início a apresentação multimídia que recria toda a lenda del diablo. Apesar de ser tranquilo, é uma sensação estranha estar no escuro, em uma bodega centenária, rodeada apenas por barris de vinho.
Por fim, somos levados a mais uma estação de degustação para provar mais dois dos vinhos da marca e, de novo, o guia compartilha mais algumas dicas para apreciar melhor os vinhos e harmonizar de forma correta. Depois disso, o guia nos presenteia com a taça que fizemos degustação.
Como todo passeio turístico, no final você pode comprar alguns vinhos diretamente na Wine Shop ou, se preferir, pode almoçar no restaurante deles, com comidas típicas chilenas. Lanchamos uma empanada com suco de framboesa.
A vinícola Concha y Toro funciona todos os dias de 10 às 17h10. (Exceto no dia 1 de janeiro, Sexta-feira Santa, 1 de maio, 18 e 19 de setembro e 25 de dezembro. No dias 24 e 31 de dezembro os turistas serão atendidos até às 14:00h.)
Se você for por conta própria, o único gasto será com o ticket de entrada que dá direito a participar do tour. Esse ticket custa 12.000 pesos chilenos. É recomendado fazer a reserva anteriormente, até mesmo para garantir o tour no seu idioma.
Site: https://www.conchaytoro.com/tour-wine-experience/tipos-de-tour/tour-tradicional-pt/